Entrevista – Escritor nascido no Norte de Minas lança seu livro com a colaboração de centenas de leitores
Quando começou o projeto de seu novo livro “Sonhos e Delírios”, no Segundo semestre de 2010, o escritor Igor Alcantara, natural de Janaúba, não imaginava que o mesmo iria tomar a proporção que tomou. O mercado editorial, segundo disse o autor, é repleto de burocracia para escritores ainda com pouco renome. Desta forma, Alcantara decidiu publicar os capítulos na Internet gratuitamente aos seus leitores.
Segundo o que o próprio escritor contou à reportagem do Jornal Montes Claros, aos poucos a notícia se espalhou pelas redes sociais e já no primeiro mês havia algumas centenas de leitores fiéis. “O trabalho de um escritor é normalmente solitário, mas a participação das pessoas tornou a concepção de ‘Sonhos e Delírios’ uma tarefa colaborativa. Quando escrevia, era como se centenas de mãos o fizessem junto comigo”, relatou Alcantara.
Ele não se contentou apenas em disponibilizar os capítulos ao seu público, ele também usou de sua ajuda para definir os rumos da história. Semanalmente as pessoas votavam em enquetes que decidiam o destino dos personagens. Esta estratégia mostrou-se acertada, já que os leitores sentiam-se parte da obra. Isso é verdade também pelo fato de alguns destes terem relatos de seus sonhos e pesadelos descritos no livro, encaixando-os com o enredo da trama.
O escritor trabalha como analista de inteligência de negócios em frequentes viagens ao exterior e é professor universitário na área de tecnologia. Igor Alcantara conversou sobre o livro e outros assuntos com a reportagem do Jornal Montes Claros.
JMOC: Sonhos e Delírios é o seu primeiro livro?
Igor: É minha primeira obra a ser publicada. No entanto, eu escrevo deste os onze anos de idade, mas nunca publiquei nada. O mercado editorial é muito restrito, mas hoje em dia com novas tecnologias editoriais e de impressão, a possibilidade de ter um livro comercializado tornou-se finalmente real.
JMOC: Enquanto outras crianças de sua idade ocupavam-se com atividades recreativas, você gastava seu tempo escrevendo. De onde surgiu essa vontade?
Igor: Minha mãe, com quem eu morava, trabalhava perto de minha escola, mas longe de nossa casa. Deste modo eu precisava esperar durante todo o período da tarde até ela sair. Como não tinha nada para fazer, passava esse tempo em uma biblioteca. Foi neste ambiente que descobri o amor pela literatura.
JMOC: Algum autor específico o inspirou?
Igor: Vários autores, mas foi uma coletânea de contos russos que fez com que eu dissesse para mim mesmo que queria ser escritor. No mesmo dia escrevi meu primeiro conto “A Flor de Moscou”, história essa que chegou a me causar problemas na escola.
JMOC: Por quê?
Igor: A professora não acreditou que eu havia escrito aquilo. Chamou minha mãe e todos duvidaram de mim. Passaram outro tema para que eu escrevesse e o fiz sob a vigília de professores e da própria diretora da escola. Foi quando leram o novo texto, a respeito de um assunto que nem recordo mais, que finalmente acreditaram em minha palavra.
JMOC: Isso deve ter sido um estímulo.
Igor: Sim, foi um grande incentivo. Sem querer, aquelas pessoas fizeram o maior elogio que eu poderia receber. Desde então não parei mais de ler ou escrever. Aos doze já tinha lido toda a obra de Kafka, Dostoievski e Shakespeare. Aos quinze anos eu já tinha um romance escrito e mais de trinta contos.
JMOC: Falando um pouco sobre o livro “Sonhos e Delírios”, do que ele trata?
Igor: Sonhos e Delírios gira em torno do personagem Carlos Bourbon. Ele tinha uma característica estranha: conseguia se lembrar de absolutamente cada detalhe de todos os sonhos que teve desde seus sete anos de idade. Ele sonhava todos os dias e foram sempre sonhos bons. No entanto, aos vinte e sete, ele tem seu primeiro pesadelo. Até então, nada de se estranhar. O problema é que ele percebe que aquilo não havia sido apenas um pesadelo. O seu sonho era mais real do que ele podia supor. Devido a este assustador fato, ele começa uma jornada épica de autoconhecimento onde conhece a loucura, o desejo, a morte e muitas outras coisas.
JMOC: Em sua opinião, o que existe de mais interessante na obra?
Igor: Acho que a forma como o leitor vai descobrindo os mistérios do livro, desde o início e não apenas no final, tornam a leitura interessante. Muitos escritores escrevem apenas pensando nos últimos capítulos, mas esquecem de que é o desenvolvimento da história que fará o livro um bom entretenimento. Gosto também das centenas de referências externas que a obra possui.
JMOC: Poderia explicar melhor esta questão das referências?
Igor: Nada no livro é por acaso. Desde os números usados, como distâncias entre cidades ou altura de edifícios, até os nomes de personagens, foi tudo fruto de muita pesquisa. Existem muitas referências ocultas na obra. Elas não comprometem o entendimento da história, mas os leitores mais curiosos podem pesquisar na Internet e descobrir sempre algo a mais. Muitos personagens são pessoas reais, que existiram, como Ted Bundy, um famoso assassino das décadas de 1970 e 1980.
JMOC: Já têm em mente projetos para o futuro?
Igor: Primeiro quero promover este livro. Quem sabe mesmo fazer um evento de lançamento na região, que é minha terra natal. Já viajei para os mais diferentes lugares no mundo, mas apenas no norte de Minas me sinto em casa. É onde estão minhas raízes e onde vive minha família. Depois disso, tenho um projeto de publicar antigos contos e romances. Para o ano que vem penso em lançar um livro com contos inéditos.
O livro do "Sonhos e Delírios", do autor Igor Alcanta pode ser adquirido clicando AQUI.
Abs,
Time agBook
Obrigado pelo destaque!
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